Americanah

Capa do livro Americanah. Fundo azul, título da obra escrito em vermelho no alto da página e silhueta branca de uma mulher com cabelos crespos e volumosos. O único ponto de cor na silhueta é uma faixa vermelha que delimita onde termina o rosto e onde começa o cabelo.

Chimamanda se tornou uma das minhas autoras preferidas. Não acho que a sua leitura seja das mais leves, mas ainda assim é ótima. Tenho sempre a impressão de que sou parte da história. Sinto as dores e os medos (e as alegrias também) das personagens, mesmo que muitas das situações descritas por ela pareçam estar muito longe da minha realidade. Por conhecer um pouquinho da obra de Chimamanda Ngozi Adichie, já leio suas obras preparada. E um exemplo disso é a estratégia de sempre ter um livro-refúgio, aquele que leio quando a história começa a ficar tensa e eu preciso de um respiro para continuar (faço isso quando estou com livros teóricos também. Ajuda muito). Chimamanda, para mim, é sempre um soco no estômago e com Americanah, que eu li em 2018,  não foi diferente. Discussões de raça, gênero e imigração estão todas lá.

Americanah tem como protagonistas Ifemelu e Obinze, um casal com sonhos lindos em um país com sérias dificuldades (Nigéria). Ifemelu vai estudar nos Estados Unidos com uma bolsa parcial e é aí que a tensão sobe (hora de algumas páginas do livro-refúgio). Obinze acaba indo para a Inglaterra atrás de seus sonhos. Os dois se tornam migrantes, cada um do seu jeito, enfrentando os seus perrengues (que são muitos).Para cobrir as despesas, Ifemelu começa a trabalhar como babá, até começar a escrever um blog sobre sua experiência vivendo na América. Esse é um momento interessante, em que várias reflexões sobre o comportamento americano com relação ao mundo, aparecem.

Palavras contidas e silêncios angustiantes me acompanharam nesse momento. Não só da protagonista, minhas também. Era muito difícil falar sobre esse livro que desconstrói a ideia de uma América para todos, do sonho americano. É duro e sensível. É lindo e doloroso. E é atual, muito atual.

Sobre migração e refugiados eu já escrevi também sobre as seguintes obras:

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