Longe de casa - Malala Yousafzai

O primeiro livro de Malala Yousafzai  foi Eu sou Malala (publicado pela Companhia das Letras). Nele a vencedora do Nobel da Paz de 2014, a candidata mais nova até aquele momento a receber tal honraria, conta sua história. Para quem não sabe Malala recebeu um tiro de terroristas do talibã quando se dirigia a escola. Antes disso ela já se manifestava a favor da educação de meninas em lugares que isso era proibido, especialmente em seu país, o Paquistão. Eu já li vários livros dela, incluindo Eu sou Malala. Todos são comoventes e nos inspiram a lutar pela educação de todos. Mas talvez seu novo livro, Longe de casa, publicado em 2019 pela editora Seguinte, tenha sido mais dolorido.

Longe de casa é um pouco diferente dos outros. Se nos anteriores seu grande foco estava na educação neste seu ponto são as histórias de refugiados pelo mundo todo. Em uma época que se fala tanto de crises migratórias gerada por uma série de conflitos, que muitas vezes nós brasileiros não entendemos muito bem quando começou e o que fez com que acontecesse, este livro é mais do que necessário.

Quem não conhece a história da autora conseguirá entender um pouco mais. Independente disso as histórias que seguem a dela são as que acabam gerando mais impacto nesta obra. A primeira questão na obra é: ninguém se torna refugiado porque em seu lugar de origem está tudo bem. Outra coisa é, talvez o mais forte para mim, uma geração inteira (para não dizer gerações) estão perdidas pelo simples fato de não conseguirem frequentar um ambiente escolar com condições mínimas. Falo também de adultos que tinham uma profissão e que não conseguem mais segui--la nem em seu país nem em outro. Isso sem contar os traumas de guerra que ficaram nestas pessoas que viram familiares e amigos serem mortos e violentados. Muitas das histórias parecem ter um final feliz com exemplos de uma superação que quem não passa por aquilo acho que não consegue dimensionar.

Doeu. Doeu muito como ser humano.

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