O mês de maio de 2020 foi cheio de notícias que lembraram (se é que alguém tinha esquecido) o quanto o racismo mata e o quanto ele deixa a sociedade ainda mais doente. Por isso em junho adiantei a leitura de dois livros que estavam planejados para outros períodos do ano. Queria e precisava (aliás ainda preciso) entender melhor tudo isso. Então li Racismo Estrutural, de Silvio Almeida, e Imprensa negra no Brasil do século XIX, de Ana Flávia Magalhães Pinto. Decidi escrever os dois no mesmo texto porque para mim eles se completam.
Em Racismo Estrutural, Silvio Almeida traz um os alicerces onde os discursos do racismo se baseiam para existir. Para isso ele explica o conceito de raça e racismo ao longo da História trazendo um panorama importante para começar a conversa. Depois ele traz as relações entre o racismo e a política, o direito e a economia e como estes três pilares contribuirão para que os discursos sejam construído.
Ao mesmo tempo Imprensa Negra no Brasil do século XIX traz um olhar para a imprensa do período da abolição que nem todo mundo conhece. Pontos que preenchem lacunas que são deixados de lado em muitos livros de História e que mostram que houveram lutas também por parte da imprensa ao mesmo tempo que era difícil que pessoas negras tivessem sua voz ouvida. Por exemplo: muitas vezes se o autor de dado artigo a ser publicado em um jornal fosse negro havia praticamente cem por cento de chance de seu nome não ser publicado o que não aconteceria se o referido autor fosse branco. E estou citando apenas um dos fatos trazidos pela autora.
Ao analisar os jornais Ana Flávia traz pontos que Silvio também traz ao mesmo tempo que o complementa e ele a complementa. Foi ótimo ter lido um seguido do outro, bem pertinho.
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