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Adoro livros de memórias. Normalmente eles registram pontos de vistas diferentes dos que vemos na mídia ou dos nossos próprios. Então os acho fantásticos. Este, A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Companhia das Letras) foi escrito por Armando Nogueira, Jô Soares e Roberto Muylaert nas vésperas da Copa de 94. Quase simbólico isso!
Quando o peguei na biblioteca, assim na primeira olhada, tive certeza que falaria da Copa de 50 (a primeira pós-Segunda Guerra e talvez a maior tragédia do futebol brasileiro), ela é a que não queremos lembrar, mas não entendi direito a que ninguém viu. Juro que pensei deve ser a de 1946, sem me dar conta que na década de quarenta simplesmente não houve Copa por causa da Segunda Guerra. Aí na contra capa estava explicado direitinho.
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Os registros acabam, por exemplo, com injustiças que costumamos cometer com os nossos jogadores / técnicos. Falo aqui de Barbosa. O goleiro que é, ou foi, considerado o grande culpado pela perda do título em 50. Lembra também que o capitão da Celeste, Obdulio Varela, disse que se pudesse voltaria no tempo para poder dar a vitória ao Brasil. Conta-se que ele foi em uma churrascaria carioca naquela noite e que um brasileiro veio em sua direção. Mesmo com medo ele levantou. “O sujeito chegou junto a ele, olhou-o nos olhos, abraçou-o e começou a chorar em soluços” (p. 135). Foi ai que ele percebeu “que teria sido melhor perder aquela Copa, já que o significado da derrota para o Brasil era muito maior que a maior das euforias uruguaias” (p. 136).
Claro que são abordadas questões básicas do futebol brasileiro, como Pelé, e da sociedade brasileira, como o fato de em 50 o jogo de São Paulo ter a participação exclusiva , ou quase,de atletas paulistas e os jogos do Rio terem participação de cariocas.
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Há ainda o registro do registro. Segundo Roberto Muylaert “do ponto de vista da imprensa local (da Suiça, no caso), foi de fato a Copa que ninguém viu” (p. 143) já que a divulgação foi mínima. Agora em uma coisa os três parecem concordar: a Copa de 54 foi a Copa sanduíche entre a que queremos esquecer, nossa maior tragédia :a de 50 e a nossa redenção e a que não fazemos a mínima questão de esquecer: a de 58. O livro conta curiosidades, ‘causos’ que são bem legais (particulamente aprendi muito sobre a Copa de 54). De certa forma nos faz entender um pouco mais o nosso país do futebol.
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