Taí um livrinho pesado para se ler no feriadão: Dialética do Esclarecimento (Editora Zahar). Mas foi justamente em um destes que eu encarei meus amigos Adorno e Horkheimer (muito corajosa!). Confesso, na primeira leitura entendi, mas foi puxado. Para entender melhor (pelo menos eu acho que consegui) tive que pegar material complementar e claro fazer uma segunda leitura. Vou tentar dizer aqui do que se trata esta obra filosófica. Mas antes um esclarecimento (rsrsrsr) posso dizer que esta foi a primeira grande obra filosófica que li de cabo a rabo. Outras passaram pela minha vida em partes apenas. Por falar em partes, decidi que vou escrever mais de um post sobre este livro porque tem muita coisa para falar sobre ele. Assim, eu também dou uma estudada.
A obra foi escrita na década de quarenta (isso mesmo, em plena Segunda Guerra) nos Estados Unidos, onde os autores estavam exilados. Os fundadores do Instituto de Pesquisas Sociais da Escola de Frankfurt viviam em um mundo totalitário em que os veículos de comunicação de massa (e por consequência a Indústria Cultural) ganhava cada vez mais força. Neste turbilhão nasceu o livro que me fez ficar em casa enquanto a família viajava.
Para começar vamos a pergunta que não quer calar: O que é esclarecimento em Dialética do Esclarecimento? Os autores dizem que esse tal esclarecimento é a tentativa do homem de sair das trevas do desconhecido (e isso é também no senso comum). Mas para os autores o tal esclarecimento é isso mas um pouquinho diferente. Explico: Adorno e Horkheimer dizem que o esclarecimento que temos nos é imposto, portanto tem mão única e, por causa disso, não há um esclarecimento total. Quanto mais os homens buscam o racionalismo para se libertarem da escuridão que a natureza desconhecida lhes impõem (esclarecimento, portanto, é o domínio da natureza) mais ‘forças ocultas’ reagem e recolocam a dominação, justamente porque o tal esclarecimento segue em mão única e não em um diálogo para de fato esclarecer. Os mitos, por exemplo, são uma forma de esclarecimento que foi superado pela ciência que, por sua vez criou outros mitos e, portanto, ficamos encobertos mais uma vez.
Digamos que esta é a primeira parte do livro. Os dois excursos que seguem tratam de mitos: Ulisses (que discute o mito e o esclarecimento) e Juliette (que discute o esclarecimento e a moral). Logo em seguida temos a Indústria Cultural (que é a parte que a maioria das pessoas conhece destes dois autores) e o Anti-Semitismo (muito pertinente para a época mas que continua extremamente atual).
Na boa gente, a tal da obra é difícil, bem difícil. Mas particularmente acho que qualquer um, independente da área de interesse, deve tentar ler. Confesso que me senti, digamos assim, um pouquinho burrinha. É que as tais forças poderosas, que os autores falam, fazem o que eles fazem e a gente não percebe. É de se pensar! Juro que pensei em falar desta obra em mais de um post, mas desisti. A ideia do blog não é fazer um resumo e sim dar um gostinho da obra.
P.S: Foi por causa de Adorno e Horkheimer que fiquei tanto tempo sem postar. Desculpem, mas agora estou de volta.
A obra foi escrita na década de quarenta (isso mesmo, em plena Segunda Guerra) nos Estados Unidos, onde os autores estavam exilados. Os fundadores do Instituto de Pesquisas Sociais da Escola de Frankfurt viviam em um mundo totalitário em que os veículos de comunicação de massa (e por consequência a Indústria Cultural) ganhava cada vez mais força. Neste turbilhão nasceu o livro que me fez ficar em casa enquanto a família viajava.
Para começar vamos a pergunta que não quer calar: O que é esclarecimento em Dialética do Esclarecimento? Os autores dizem que esse tal esclarecimento é a tentativa do homem de sair das trevas do desconhecido (e isso é também no senso comum). Mas para os autores o tal esclarecimento é isso mas um pouquinho diferente. Explico: Adorno e Horkheimer dizem que o esclarecimento que temos nos é imposto, portanto tem mão única e, por causa disso, não há um esclarecimento total. Quanto mais os homens buscam o racionalismo para se libertarem da escuridão que a natureza desconhecida lhes impõem (esclarecimento, portanto, é o domínio da natureza) mais ‘forças ocultas’ reagem e recolocam a dominação, justamente porque o tal esclarecimento segue em mão única e não em um diálogo para de fato esclarecer. Os mitos, por exemplo, são uma forma de esclarecimento que foi superado pela ciência que, por sua vez criou outros mitos e, portanto, ficamos encobertos mais uma vez.
Digamos que esta é a primeira parte do livro. Os dois excursos que seguem tratam de mitos: Ulisses (que discute o mito e o esclarecimento) e Juliette (que discute o esclarecimento e a moral). Logo em seguida temos a Indústria Cultural (que é a parte que a maioria das pessoas conhece destes dois autores) e o Anti-Semitismo (muito pertinente para a época mas que continua extremamente atual).
Na boa gente, a tal da obra é difícil, bem difícil. Mas particularmente acho que qualquer um, independente da área de interesse, deve tentar ler. Confesso que me senti, digamos assim, um pouquinho burrinha. É que as tais forças poderosas, que os autores falam, fazem o que eles fazem e a gente não percebe. É de se pensar! Juro que pensei em falar desta obra em mais de um post, mas desisti. A ideia do blog não é fazer um resumo e sim dar um gostinho da obra.
P.S: Foi por causa de Adorno e Horkheimer que fiquei tanto tempo sem postar. Desculpem, mas agora estou de volta.
Excurso, esclarecimento, tudo muito dialético para uma futura caloura de doutorado... risos!
ResponderExcluirPost bem-humorado para falar do mau-humorado, mas sempre atual Theodor Adorno.
Minha praia é Frankfurt, mas aprecio um bom papo com o boa praça Stuart Hall e seus mapas de significado... ele foi a salvaguarda dessa prova... quem sabe Deus seja também esse desafio grato para comigo?
Beijos, amiga, ótimo post...
Marília, só para constar: excurso é o mesmo que passeio, divagação. Stuart Hall também é bom e quem sabe não será o próximo a aparecer por estas bandas. Bjos
ResponderExcluirSabe que ando burro pra livros dificeis...rs rs rs...adorava ler coisas complexas, mas hoje divago do livro quando não entendo...fico lendo como papagaio, ai me pego pensando na morte da bizerra, e volto pra ler tudo de novo. Deve ser o stress do dia a dia.
ResponderExcluirObrigado por sua visita, pelo comentario...e volte sempre.
abraço
Obrigada pela sua visita também. E vira e mexe também fico assim. Nesse era impossível ficar: eu tinha que entender e pronto. Mas realmente tem hora que é melhor partir para outra. Acho que é stress mental. É a hora que a cabeça pede um tempo para pensar em nada.
ResponderExcluirVolte sempre.
Um abraço.
Ôpa!
ResponderExcluirEsse livro é bom, hein.
É sim Atitude: substantivo feminino. É difícil, mas é bom. Abraços.
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