VIDAS SECAS

Sempre quis ler este livro. Meu primeiro encontro com ele foi ainda no Ensino Médio, nas aulas de Literatura. Não o li, mas descobri mais ou menos do que se tratava. Mas uma coisa é saber mais ou menos do que a obra fala e outra bem diferente é entrar nos meandros da história que é narrada nas páginas de um livro.

Finalmente, em 2009, li Vidas Secas, de Graciliano Ramos (editora Record) um clássico da literatura brasileira. Para os que se apegam ao número de páginas não é assustador. Mas seu conteúdo... ah, o conteúdo! Não é um livro difícil de ler, mas é denso. Trata da vida de uma maneira incrível: nem todas as personagens têm nome (a mais conhecida é a cachorra Baleia, que foi lembrada nos primeiros capítulos da novela da Rede Globo Senhora do Destino, e o pai da família: Fabiano), o lugar geográfico é seco (e confesso que quando escutei falar da obra lá no Ensino Médio achava que era só o lugar que era seco) e a vida das personagens da trama é extremamente seca.

Tudo isso me fez pensar nas várias vidas que passam por este mundo de maneira seca. Nada a questionar, nenhum diálogo a ser travado com quem quer que seja, só a sequidão dos monossílabos. Nem lágrimas, nem sorrisos.

O livro me disse que a busca por água e comida vai muito além do material e me lembrou Titãs: ‘a gente não quer só comida’ para o corpo, a gente quer comida para a alma também! Confesso que no início achei chato, mas não porque a linguagem era chata, mas porque me deixava triste... mas a literatura e a obra de arte de uma maneira geral são assim: não nos mostra apenas a alegria também reflete a tristeza de uma sociedade. Então, fica a sugestão.

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