Esta é a primeira obra escrita por
Jorge Amado. O ano era 1931 e o autor tinha 18 anos. O País do Carnaval apresenta ao leitor a história de Paulo Rigger, um jovem que volta à Bahia depois de sete anos vivendo na França para onde seu pai, rico fazendeiro de cacau do sul do estado, o mandou para estudar Direito. Estudar não foi bem o que Paulo fez ao pegar o diploma sabia de muita coisa mas não necessariamente do ofício para que fora se preparar.

Ao retornar ao estado natal Rigger trouxe consigo uma admiração muito grande de tudo que vinha da Europa. Achava que o Rio de Janeiro era uma cidade do mundo assim como Paris ou Londres que “pertencem a todas as raças” (p. 9). Queria conhecer o interior brasileiro pois achava que lá estaria de fato o povo desse país que era o seu povo. “ O seu povo… Não, o seu povo não era aquele. Toda a sua formação francesa bradava-lhe que o seu povo estava na Europa. Lembrava-se: em Paris, os brasileiros falavam mal da sua terra. Muito mal mesmo. Ele, por contradição, sempre falara bem. A bordo, os passageiros saudosos elogiavam o Brasil. E ele mal. Agora, queria fazer uma idéia (sic) do Brasil.” (p. 9) E assim ele chega em terras tupiniquins e se encanta com o carnaval. Encontra amores e amizades, descobre o ciúme. Se entre os amigos parisienses foi apresentado a filosofia para alguns brasileiros a filosofia não servia para muita. Mas todo o grupo seguia procurando a resposta de uma pergunta que muita genta faz quando está na casa dos 20, 25 anos: como é possível encontrar a felicidade? Filosófico, não?

É um livro que ainda não tem toda a complexidade das obras que Jorge Amado escreve na sequência desta. Mas é um texto que já anuncia a força da obra do escritor baiano.

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