O olho mais azul

Toni Morrison é uma das principais autoras norte americanas. Ela é a única escritora negra a receber, em 1993, o prêmio Nobel de Literatura . Já tinha ouvido falar sobre ela mas confesso que não havia lido nada dela. Foi a Tag Livros que me apresentou Toni com a obra O olho mais azul (Companhia das Letras).

Este é um livro que é narrado por Claudia e conta a história de Pecola Breedlove, uma menina negra que sofre com todo o tipo de negligências e violências tanto por parte dos adultos como de outras crianças. No meio de todas as suas vivências ela percebe que, talvez, se ela não tivesse a sua cor e o seu cabelo e se seu olho fosse azul, como o das mulheres brancas, sua vida seria diferente. Então, já dá para perceber que uma das grandes questões aqui são os padrões de beleza. Mas esta história não é contada de maneira linear e acho que é isso que traz o impacto do livro.

Essa não linearidade do livro também contribui para que o leitor construa a empatia com Pecola mas não apenas com ela. Creio que esta é um dos pontos positivos da literatura (especialmente neste caso da literatura de ficção) temos contatos com sentimentos  e vivências que nem sempre experimentamos no nosso cotidiano mas como ter empatia por alguém que experimenta algo que desconhecemos? Muito difícil. Então como aprender sobre tais sentimentos/vivências e ninguém ao meu redor passa por isso? Ler talvez seja um caminho.

Pesquisando um pouco mais sobre a autora e sobre o livro descobri que esta é uma de suas obras mais impactantes. E olha… ela é muito impactante mesmo. Ele é um dos melhores livros que eu já li. Eu pensei e penso muito sobre ele com muito carinho e muita gratidão. Toni Morrison faleceu em agosto de 2019, aos 88 anos.

Queria escrever algumas frases do livro… mas, gente, foram tantas que acho que vou deixar para outro post. Mas teve um trecho que me tocou demais e voltei várias vezes a ele:

“Quando entendi como essa violência desinteressada era repugnante, que era repugnante porque era desinteressada, a minha vergonha debateu-se em busca de refúgio. O melhor esconderijo foi o amor”.

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