Confesso que este foi o primeiro livro que fiquei em dúvida se deveria postar aqui ou no Futebol de Saias. Decidi usar aqui e lá. Minha vida, ultimamente, anda bastante cercada deste assunto: futebol.
Adoro livros de memórias. Normalmente eles registram pontos de vistas diferentes dos que vemos na mídia ou dos nossos próprios. Então os acho fantásticos. Este, A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Companhia das Letras) foi escrito por Armando Nogueira, Jô Soares e Roberto Muylaert nas vésperas da Copa de 94. Quase simbólico isso!
Quando o peguei na biblioteca, assim na primeira olhada, tive certeza que falaria da Copa de 50 (a primeira pós-Segunda Guerra e talvez a maior tragédia do futebol brasileiro), ela é a que não queremos lembrar, mas não entendi direito a que ninguém viu. Juro que pensei deve ser a de 1946, sem me dar conta que na década de quarenta simplesmente não houve Copa por causa da Segunda Guerra. Aí na contra capa estava explicado direitinho.
As Copas em questão foram escolhidas (e a de 58 não entrou, o que pode parecer estranho) justamente porque foram as duas Copas em que os três autores estavam presentes in loco. Além disso, a de 54, para os brasileiros foi tensa por causa das expectativas e decepção geradas pela de 50.
Os registros acabam, por exemplo, com injustiças que costumamos cometer com os nossos jogadores / técnicos. Falo aqui de Barbosa. O goleiro que é, ou foi, considerado o grande culpado pela perda do título em 50. Lembra também que o capitão da Celeste, Obdulio Varela, disse que se pudesse voltaria no tempo para poder dar a vitória ao Brasil. Conta-se que ele foi em uma churrascaria carioca naquela noite e que um brasileiro veio em sua direção. Mesmo com medo ele levantou. “O sujeito chegou junto a ele, olhou-o nos olhos, abraçou-o e começou a chorar em soluços” (p. 135). Foi ai que ele percebeu “que teria sido melhor perder aquela Copa, já que o significado da derrota para o Brasil era muito maior que a maior das euforias uruguaias” (p. 136).
Claro que são abordadas questões básicas do futebol brasileiro, como Pelé, e da sociedade brasileira, como o fato de em 50 o jogo de São Paulo ter a participação exclusiva , ou quase,de atletas paulistas e os jogos do Rio terem participação de cariocas.
Há ainda o registro do registro. Segundo Roberto Muylaert “do ponto de vista da imprensa local (da Suiça, no caso), foi de fato a Copa que ninguém viu” (p. 143) já que a divulgação foi mínima. Agora em uma coisa os três parecem concordar: a Copa de 54 foi a Copa sanduíche entre a que queremos esquecer, nossa maior tragédia :a de 50 e a nossa redenção e a que não fazemos a mínima questão de esquecer: a de 58. O livro conta curiosidades, ‘causos’ que são bem legais (particulamente aprendi muito sobre a Copa de 54). De certa forma nos faz entender um pouco mais o nosso país do futebol.
Adoro livros de memórias. Normalmente eles registram pontos de vistas diferentes dos que vemos na mídia ou dos nossos próprios. Então os acho fantásticos. Este, A Copa que ninguém viu e a que não queremos lembrar (Companhia das Letras) foi escrito por Armando Nogueira, Jô Soares e Roberto Muylaert nas vésperas da Copa de 94. Quase simbólico isso!
Quando o peguei na biblioteca, assim na primeira olhada, tive certeza que falaria da Copa de 50 (a primeira pós-Segunda Guerra e talvez a maior tragédia do futebol brasileiro), ela é a que não queremos lembrar, mas não entendi direito a que ninguém viu. Juro que pensei deve ser a de 1946, sem me dar conta que na década de quarenta simplesmente não houve Copa por causa da Segunda Guerra. Aí na contra capa estava explicado direitinho.
As Copas em questão foram escolhidas (e a de 58 não entrou, o que pode parecer estranho) justamente porque foram as duas Copas em que os três autores estavam presentes in loco. Além disso, a de 54, para os brasileiros foi tensa por causa das expectativas e decepção geradas pela de 50.
Os registros acabam, por exemplo, com injustiças que costumamos cometer com os nossos jogadores / técnicos. Falo aqui de Barbosa. O goleiro que é, ou foi, considerado o grande culpado pela perda do título em 50. Lembra também que o capitão da Celeste, Obdulio Varela, disse que se pudesse voltaria no tempo para poder dar a vitória ao Brasil. Conta-se que ele foi em uma churrascaria carioca naquela noite e que um brasileiro veio em sua direção. Mesmo com medo ele levantou. “O sujeito chegou junto a ele, olhou-o nos olhos, abraçou-o e começou a chorar em soluços” (p. 135). Foi ai que ele percebeu “que teria sido melhor perder aquela Copa, já que o significado da derrota para o Brasil era muito maior que a maior das euforias uruguaias” (p. 136).
Claro que são abordadas questões básicas do futebol brasileiro, como Pelé, e da sociedade brasileira, como o fato de em 50 o jogo de São Paulo ter a participação exclusiva , ou quase,de atletas paulistas e os jogos do Rio terem participação de cariocas.
Há ainda o registro do registro. Segundo Roberto Muylaert “do ponto de vista da imprensa local (da Suiça, no caso), foi de fato a Copa que ninguém viu” (p. 143) já que a divulgação foi mínima. Agora em uma coisa os três parecem concordar: a Copa de 54 foi a Copa sanduíche entre a que queremos esquecer, nossa maior tragédia :a de 50 e a nossa redenção e a que não fazemos a mínima questão de esquecer: a de 58. O livro conta curiosidades, ‘causos’ que são bem legais (particulamente aprendi muito sobre a Copa de 54). De certa forma nos faz entender um pouco mais o nosso país do futebol.
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