Em época que faltava tanta coisa roubou-se livros

A foto mostra a imagem do livro em sua edição em inglês, que tem textura de papel envelhecido com uma menina que segura na mão da narradora, e a edição brasileira, com a imagem de uma paisagem coberta de neve com apenas duas imagens que não são a neve: uma árvore sem as folhas e uma pessoa vestida toda de preto segurando um guarda chuva vermelho. O título da obra está entre estas duas imagens.
“Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler”. Esta frase está na contracapa do livro A menina que roubava livros (Editora Intrinseca). Com estas palavras o possível leitor pode ter duas reações: 1. Não ler, porque só pode ser coisa ruim (vindo da morte parece óbvio) ou 2. Realmente ler para ver o que a morte tem para dizer, o que ela quer contar. Eu escolhi a segunda opção, mesmo temendo que o livro fosse tratar destas coisas de espírito que, particularmente, eu não gosto. É bom lembrar que eu não conhecia a obra (comprei pela capa, pelo título e pela frase – mais um!).

No início a morte explica porque resolveu contar aquela história, o que já bem legal! Em resumo ela diz que tentou levar a menina por três vezes e não conseguiu e serão estes encontros que serão registrados na obra. Aliás, registrados com maestria!

Bom, depois da morte contar porque ela contava esta história passasse a apresentação da personagem principal que, como o nome disse, roubava livros. Cada roubo era uma aventura. Quando o primeiro ‘furto’ aconteceu a personagem principal enterrava seu irmão e surrupiou um manual do coveiro, detalhe: ela ainda não sabia ler. Nessas aventuras aparecem os preconceitos e as atrocidades da época. Duas cenas, especialmente, me marcaram muito nesse livro. Uma foi o momento em que foram reunidos, em praça pública, livros, centenas deles. Todos foram queimados, exceto um que foi roubado nem preciso dizer por quem.

Também há uma grande lição de gratidão e de, como mesmo imerso em um mundo de horrores, o ser humano pode enfrentar seus medos e ajudar o outro. O livro é consideravelmente grande, quatrocentas e noventa e quatro páginas (já li maiores), o deve assustar os que se apegam a estes detalhes. No entanto, a leitura flui, mesmo que no começo não pareça.

No final, como em qualquer livro, está o resumo da biografia do autor: Markus Zusak nasceu na Austrália. É filho de pai austríaco e mãe alemã. Na boa, quando li isso fiquei imaginando o quanto não se falou de Segunda Guerra na casa deste homem! Deve ser por isso que a leitura flui de uma maneira incrível!

Comentários

  1. Profª querida! A menina que roubava livros, disparado o meu livro preferido. Markus Zusak arrasou! Personagens apaixonantes, um tema pra lá de interessante (pelo menos pra mim) e a morte como narradora! Perfeito.

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  2. Este, pra mim, não foi exatamente um livro, mas uma novela.
    Foi exatamente aquela frase da contracapa que me convenceu a comprar "A menina que roubava livros".
    No entanto, ao chegar em casa, heis a surpresa!Mais um livro sobre a 2ª Guerra.
    E aí, nem a morte consegue me convencer a entrar em contato com este assunto :)
    Até tentei dar uma lida, mas ao contrário do que tu escreves no post, a leitura não fluía. Empacou.
    Joguei o livro de lado e parti pra outra.
    Mais tarde, inconformada em perder pra um livro, fiz nova tentativa.
    Nada.
    Travava.
    Aí, depois de muita conversa, uma certa pessoa (que não vou dizer quem :P) me convenceu de que o bendito valia a pena e eu voltei a ela.
    Bom, conheço mais gente que passou por esse drama.
    Acho que o livro tem um início meio desestimulante, mas pode acreditar, depois que engata não pára mais.
    É uma história emocionate, uma narrativa envolvente... só custa pra pegar.

    Bjnho

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  3. Elizangela, para mim também foi um dos melhores. Mesmo assim sou obrigada a concordar com a Maitê, no início empaca, mas depois que engata não tem como parar! Obrigada por aparecerem meninas! Venham sempre! Um abraço.

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  4. Ih, menina! Vc acredita que larguei o livro pela metade? Nunca nunca nunca faço isso. JURO! Mas não consegui terminar a leitura. Achei muito arrastado. Não rolou. Talvez não fosse o momento... livro tem isso...
    Tá lá em casa... guardado na estante...

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  5. Mulher:macho da relação,

    as vezes faço isso também! Como você acho que não era o moment, mas eles ficam lá olhando para mim e eu para eles até que rola! Tenho um professor que fez isso com um livro da Clarice Lispector. Depois que ele disse o que fez me senti normal hehehehehh

    Apareça sempre e se conseguir continuar a leitura venha e comente novamente.

    Um abraço.

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  6. Bom, esse livro está parecendo mais um desafio. O negócio é pegar emprestado com os amigos e tentar!!

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  7. Desafios são sempre bons! Que bom te ver por aqui Elisa. Venha sempre! Bjos

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